Habitação

Habitação na encosta

- Mario Botta (arq.) disse uma vez numa conferência na ESBAP ( Escola Superior de Belas Artes do Porto), que projetar uma casa é um "espaço de laboratório" para o arquiteto. 

- Frank Lloyd Wright também disse, que numa colina ou terreno acidentado não se deve colocar uma casa no cimo dessa colina, mas sim mais abaixo. 

- Estas foram algumas das premissas que serviram para todo o percurso do projeto desenvolvido para esta casa; toda ela virada a poente para uma paisagem aberta sobre a freguesia de Fajões. O ensombramento dessa fachada foi sempre uma condicionante absoluta e por isso as varandas ajudam nesse processo.

- O material dominante será o betão descofrado aparente em articulação com madeira sempre em conjugação com as reentrâncias da casa. Aquilo a que os arquitetos espanhóis chama de " hueco".

- A casa tem dois pisos pelo programa fornecido que felizmente não foi muito vasto; é um absurdo fazerem-se casas muito grandes na atualidade por inúmeras razões. Até o Imperador da Rússia, Pedro o Grande, preferiu viver numa casa pequena.

- A evolução do projeto teve sempre presente como objetivo a economia de muros que encarecem escusadamente uma construção sem utilidade habitacional. O terreno era de tal maneira generoso nas suas dimensões, que havia de se encontrar um equilibrio entre a cota altimétrica adequada para a vivência da casa e sua integração na paisagem. Assim os acessos pedonais exteriores envolventes à casa "pousam" na morfologia do terreno existente e procuram explorar a " aproximação" à casa. Espera-se que toda ela seja rodeada por novas árvores.

MP- Outubro 2023

Arquitetura: Mário Pessegueiro
Colaboradores: Rui Alves
Cálculos de Estabilidade: Abel Aquilino
Local : Fajões - Oliveira de Azeméis
Projeto : 2023
Execução: 2024- 2025