- Projetar uma fábrica é muito diferente de uma habitação. A funcionalidade é a principal virtude de um projeto de arquitetura industrial. Não esquecendo modernidade e atualidade na aplicação de materiais.
- Mas funcionalidade não se trata sòmente de circulação de veículos pesados; há que atender a um "lay-out" repensado e maturado. Nesse "lay-out" está implícito todo o funcionamento da fábrica; entradas e saídas de material , entrada e saída de pessoal trabalhador.Um trabalho de equipa entre projetistas e técnicos da fábrica é fundamental para que o percurso de projeto não se faça com avanços e recuos. Também pensar no aparcamento o mais próximo possivel do trabalho e com capacidade para responder às necessidades da fábrica, presentes e futuras. E evidentemente prevêr zonas permeáveis e arborizadas. Ou seja, não cair na tentação de querer aproveitar o terreno o mais possível com construção.
Os edifícios fabris devem receber luz natural para o seu interior mais do que é corrente ver pois é importante para a economia da energia da fábrica e para o " bom viver" de quem ali vai trabalhar.
- Os materiais de revestimento a aplicar terão que ter o melhor desempenho térmico possivel. Mas como normalmente está-se perante grandes quantidades de material a aplicar, há que encontrar um equilíbio nas opções a tomar pelo arquiteto e cliente. Estes materiais têm que ser duráveis, fiáveis na sua homologação, e com fácil manutenção futura.
- Hoje na arquitetura industrial, existe o "fantasma do fogo" o que tem implicado no crescimento desmesurado da " indústria do fogo" ; esta encontrou neste setor da construção, uma presa fácil. Existem hoje regulamentos ( copiados do estrangeiro) ortodoxos, pouco transparentes e muito complexos, pouco adpatados à realidade portuguesa, subvertendo mesmo concepções arquitetónicas equilibradas obrigando a optar por soluções estúpidas e incompreensíveis. Depois ninguém percebe como se sai em caso de emergência, de grandes superficie labirínticas como por exemplo, do IKEA .
- O edifício fabril teve que atender a toda essa regulamentação e por isso foi pensado em estrutura em betão armado e painéis do mesmo material. Estes painéis contam com isolamento térmico na sua constituição.
- Foi ainda projetado um edifício destacado destinado a balneários, refeitório e serviços de apoio aos trabalhadores. A cobertura deste edifício prevê a implantação de um conjunto de hortas movíveis, destinadas aos trabalhadores com mais vocação para esta actividade. Esta cobertura vegetal tem ainda um bom desempenho ambiental acrescido.
- A cobertura do piso fabril contempla uma clarabóia contínua, disposta no sentido norte-sul. Em todo o perímetro do piso fabril foram criadas janelas que permitem para quem trabalha no interior, ter também visualização para o exterior e franca ventilação.
MP - Maio 2023